O Amor é um Jogo de Soma-Zero


Em resumo, um jogo de soma-zero, se trata de uma teoria de jogos e economia, que diz que a vitória de um competidor, está diretamente atrelada à derrota de seu imediato oponente. Pense em jogos de tabuleiro como xadrez por exemplo. É um jogo onde “1” ponto do competidor, representa imediatamente “-1“ de seu rival, logo, jogo de soma-zero. Agora você deve estar pensando; “Ele vai comparar um relacionamento a um jogo, onde ambas as partes estão tentando sempre se sobressair uma da outra”. E ainda que eu não discorde completamente dessa afirmação, não é sobre isso que esse artigo se trata, é mais profundo que isso. Existe sim um embate acontecendo no seu relacionamento e... Sim! Existe um jogo que pode destruí-lo.
E mais importante do que entender o que está em jogo, é entender quem está competindo. Vamos chama-los de “Amor Próprio” e “Amor Pleno”, onde o “Amor Próprio” se trata do ego, da forma como você encara a si mesmo, e o valor que atribui a si, sempre visando o seu próprio bem-estar (para entender essa teoria, o ego não precisa estar atrelado à definição cientifica do termo). Já a “Amor Pleno” para um melhor entendimento eu aconselho o vídeo do Copini ou o artigo de “O Segredo”. Mas de maneira resumida, a plenitude no relacionamento só pode ser alcançada depois da decepção com seu parceiro. O que os dois artigos querem dizer; é que o “Amor Pleno” só pode ser alcançado quando nosso ego (ou Amor Próprio) é questionado se deve ou não permanecer nessa luta (relacionamento), e se o ego se calar, para dar espaço a algo maior, então atingimos a plenitude (a leitura desses dois artigos é extremamente importante. 
 Sei que toda essa teoria parece muito confusa e massante,  mas o princípio é bem simples de entender, basta que você enxergue os dois como antagônicos realmente, observe que ao ter amor próprio você estará tirando amor que antes pertencia a outra pessoa e o colocando em si mesmo. E o mesmo vale para a operação inversa, ao amar outra pessoa, você está tirando amor de si e atribuindo a outro, amar alguém é sempre um processo de abdicar de si para dar a outro.
Sabemos o que é um jogo de soma-zero, sabemos que existe um jogo nos relacionamentos entre Amor Próprio e Amor Pleno, sabemos que esse jogo se trata do próprio amor entre o casal, podemos prosseguir correto!? Errado, porque antes de prosseguir eu duvido muito que você saiba o que é o “amor” em si, e entender isso é essencial para entender toda essa teoria.
Vou começar com uma pergunta, você é da opinião que o amor acaba? Que de repente não tem mais química, não gostamos mais, acabou o amor, você acredita nisso? Se não. Bem... Você tem algum problema, deveria abrir um blog em 2017. Mas, se sim. Esqueça.
Bem... O amor não acaba pequeno gafanhoto, o amor não é um cristal como dizem por ai, ele não se quebra, e digo mais; ele também não pode ser gerado, não pode se criar mais amor, o que temos é tudo o que sempre vamos ter para o resto de nossas vidas, não importa o que façamos, nosso amor não pode aumentar nem diminuir. - “Ah, mas então por que meu relacionamento acabou?” – Sabia que você faria essa pergunta, e que bom que fez. Porque eu falei que o amor é imutável, não imóvel, são princípios semânticos bem diferentes. O amor ele pode sim ser realocado, ele pode mudar de um lugar para outro. Você pode escolher dar amor ao seu trabalho, seu estudo, sua família, sua namorada ou a sua série favorita. Mas JAMAIS vai destruir ou criar mais amor. Por isso “O Amor é um Jogo de Soma-Zero”.
Entendido isso agora podemos observar do que esse jogo se trata afinal. Trata-se de valores, se trata de como nós enxergamos a pessoa que está do nosso lado, de quanto valor atribuímos a ela e ao relacionamento como um todo. A isso, representamos como “Amor Pleno”, se lembra!? E se opondo a ele está o “Amor Próprio”.
Pense um pouco no princípio do termo “Amor Próprio”, o que significa pra você? Bom... Pra mim por definição, significa: “Encontrar o amor em si, ter amor por si mesmo, parar de buscar amor externo a você”. Pois bem, o meu problema com esse termo começa logo no principio semântico. Vou citar um caso clássico de amor próprio:
O cara bem resolvido financeiramente, feliz, vai a festas, trabalha naquilo que ama e está sempre buscando meio de agradar a si mesmo.
Só tem um problema com esse exemplo, a maioria das características que uma pessoa que supostamente tem "amor próprio" apresenta, é uma busca por felicidade externa a ele. Estabilidade financeira ou a busca por um maior poder aquisitivo, por exemplo, já é por si só uma quebra do principio; “encontrar amor em si”, porque você o está buscando em outro lugar. Ir a festas, se você vai a uma festa pra se divertir, ficar e beber com os amigos, você não esta amando a si, está amando a situação que você está. Se agradar, não é o mesmo que se amar, e é importante que isso seja dito, porque eu já cansei de ver pessoas tomando atitudes egoístas em nome do “Amor Próprio”. E ainda que Ayn Rand tenha nos ensinado que “há virtude no egoísmo”, ainda sim não o legitime com amor próprio, pois não é.
E toda essa incoerência semântica não seria um problema real, se na verdade as pessoas não levantassem a bandeira do amor próprio para criar uma barreira em seus relacionamentos. Com a desculpa do desapego emocional, estamos criando uma geração de pessoas vazias, que gritam pra Deus e o mundo que odeiam seus parceiros, mas choram pelo seu animal de estimação. Aparentemente é mais fácil ter amor por quadrupedes do que a meros bípedes. Só quero que fique claro, que amor próprio não se trata de se amar mais do que seu semelhante, se trata de se amar acima de tudo, e se esse “tudo” não é respeitado, o termo é vazio de significado.
Então chegamos ao ponto crítico do relacionamento onde finalmente teremos que decidir quem vai ganhar... O amor próprio ou o amor pleno. E esse ponto especifico é chamado de “decepção”, e aparece de várias maneiras diferentes, pode ser com uma briga, ciúmes, ressentimento. Não estou aqui para julgar a situação que lhe trouxe a decepção, mas sim te trazer a clareza e maturidade necessária para lidar com ela quando ela chegar, porque pode ser cedo ou tarde, mas ela vai chegar. E quando vier, depende apenas de você no fim das contas, a quem você vai dar as armas para ganhar esse jogo, se será ao “Amor Próprio” ou ao “Amor Pleno”.
Dando as armas ao Amor Próprio, você estará dizendo a si mesmo – Eu mereço mais – E ao escolher isso, você assume inconscientemente que o seu parceiro, não mais tem valor para você. E então esse é o fim, você estará escolhendo não mais colocar amor nessa relação e o colocando em outro lugar. Mas não porque o “amor acabou” ou porque “seu parceiro te decepcionou”. Porque de maneira consciente você escolheu acreditar que você merece mais do que essa situação que lhe foi proporcionada, e de maneira inconsciente você admitiu que não mais desprendesse amor para essa relação.
Mas, dando as armas ao Amor Pleno, você assume uma verdade irrefutável do universo – Ninguém é perfeito – Afinal, se todos fossem perfeitos, a Selena Gomez não deixaria o The Weeknd para voltar pro Justin Bieber. Mágoas sempre aconteceram, sempre irá existir brigas e desentendimentos no seu relacionamento, vocês nunca concordaram com tudo, e tudo bem. Ao escolher o Amor Pleno, você está tendo um ato de coragem, assumindo os defeitos do outro e aprendendo a lidar com eles, esta colocando o seu ego abaixo da sua relação e esse é o primeiro passo para a plenitude.

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